Opeth + Pain Of Salvation @ Incrível Almadense, Lisboa

Ora bem. Foi no Domingo à noite mas só agora é que tive tempo de vir decentemente ao pc.
Confesso que não estava com vontade nenhuma de ver Opeth, devido à desilusão que apanhei com o último cd Heritage e com a decisão deles (leia-se, do Mikael) de serem apenas tocadas músicas com vozes limpas. Mas bastaram apenas poucos minutos da sua actuação para me tirar isso da cabeça.

Assim que cheguei à entrada da sala a intro "Road Salt Theme" fazia-se ouvir, e uns segundos depois Daniel Gildenlöw e companhia fizeram-nos mostrar o rock pesadamente progressivo que praticam. Um concerto curto mas muito, muito bom; já conhecia e gostava da banda, mas vê-los ao vivo foi algo que nem no youtube tinha visto, a performance de cada elemento é de tirar o chapéu, e destaque para as vozes que estiveram ESPECTACULARES durante todo o concerto. Não só o vocalista, como o guitarrista, baixista e até o baterista, emprestaram os seus dotes vocais e enorme alcance e força, com momentos "à Queen" de harmonias que me arrepiaram. Os suecos ficaram mais do que contentes com o feedback dos portugueses, e despediram-se entre vénias, sorrisos, agradecimentos e votos de boa noite.

Setlist:
Road Salt Theme
Softly She Cries
Ashes
Conditioned
1979
To The Shoreline
Diffidentia
Linoleum
No Way

Passado pouco tempo, os cabeças da noite anunciaram a sua chegada através duma intro tape bizarra e ambiental, e por entre o fumo surgiram os titãs do metal progressivo da Suécia (Mikael a envergar uma duvidosa t-shirt vermelha, ao invés do preto, mas tudo bem). As primeiras dissonâncias de The Devil's Orchard puseram o Incrível Almadense lotado a gritar e a cantar, reacção que existiu durante a noite toda, havendo até momentos em que o uníssono do público se ouvia mais do que o próprio vocalista (e até houve momentos incríveis de sing-along de partes instrumentais, como no final de Closure). Para além de serem maioritariamente baladas ou músicas calmas, houve uma atmosfera de peso e escuridão presente durante toda a noite, aligeirada apenas pela habitual stand-up do vocalista, que fez coisas como subir a colunas, atirar palhetas a toda a gente (incluindo os próprios membros da banda), e interagir com membros do público. Houve até um episódio engraçado em que teve de parar de cantar uns segundos porque se estava a rir de um espectador que uivava sempre nos momentos silenciosos. A minha teimosia para com eles desapareceu completamente, e assisti a um dos melhores concertos da minha vida. Espero no entanto vê-los com outro tipo de setlist, numa próxima vez.

Setlist:
The Devil's Orchard
I Feel The Dark
Face Of Melinda
Porcelain Heart + solo de bateria
Nepenthe
The Throat Of Winter
Credence
Closure
Slither
A Fair Judgement
Hex Omega
Folklore